Governo do Distrito Federal
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15/10/20 às 17h42 - Atualizado em 10/10/22 às 17h14

O que é uma ARIE?

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A Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) é uma unidade de conservação de uso sustentável que possui características naturais e geralmente abriga exemplares raros de fauna e flora. É uma área de pequena extensão que exige cuidados especiais de proteção do Poder Público. Com pouca ou nenhuma ocupação humana, as ARIEs podem ser constituídas por terras públicas ou privadas, sendo o seu uso possível desde que respeitados os critérios técnico-científicos para a exploração dos produtos naturais.

 

O seu principal objetivo é manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. As ARIEs são reguladas através do Plano de Manejo e são proibidas as atividades que possam colocar em risco os ecossistemas que protegem. Por esse motivo, podem ser estabelecidas normas e restrições para o uso da área, garantindo que as ações estejam alinhadas com a preservação e conservação da biodiversidade, garantindo a segurança da biota nativa.

 

Criada pelo Decreto nº 89.336/84, a ARIE é um instrumento de desenvolvimento sustentável que hoje integra o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) – Lei nº 9.985/00 e o Sistema Distrital de Unidade de Conservação (SDUC) – Lei Complementar nº 827/2010. No caso de área federal, a administração fica a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Já no caso de ARIE a gestão é de responsabilidade do Brasília Ambiental.

 

Atualmente, no Distrito Federal, o Instituto Brasília Ambiental é responsável pela administração de 12 ARIEs. São elas:

 

ARIE da Vila Estrutural – É uma área ambientalmente sensível e socialmente complexa, tendo como vizinhos o Parque Nacional de Brasília e o aterro controlado do Jóquei, conhecido como “lixão da Estrutural”. A criação da Unidade de Conservação regulamenta e permite um maior controle dos usos admissíveis e atividades desenvolvidas na ARIE, de modo a propiciar a conservação e a proteção dos recursos bióticos e abióticos existentes. Funciona na proteção do parque Nacional de Brasília, integrando sua zona de amortecimento, como uma zona tampão. Consta em sua criação a finalidade de impedir ocupação urbana que possa interferir na conservação do Parque Nacional de Brasília.

 

ARIE do Córrego Cabeceira do Valo – Também localizada nas proximidades da Cidade Estrutural, a ARIE do Córrego Cabeceira do Valo compartilha as mesmas características socioambientais e geográficas da ARIE Vila Estrutural, e tem como objetivo a proteção e recuperação da Área de Preservação Permanente – APP do Córrego Cabeceira do Valo. Em seus 44 hectares são desenvolvidas atividades rurais produtivas cuja regulação de uso, através do estabelecimento de planos de utilização em conformidade com as  diretrizes  da UC, está entre os objetivos da unidade.

 

ARIE Parque Juscelino Kubitschek – Abrange as microbacias hidrográficas dos córregos Cortado, Taguatinga, Valo, Gatumé, além do ribeirão Taguatinga e rio Melchior. A ARIE JK tem por finalidade a preservação do ecossistema daquela área, consideradas ainda atividades de recreação e lazer, atividades agropecuárias e verticalização de produção e educação ecológica e ambiental.

 

ARIE do Setor Habitacional Dom Bosco – Com a intensa ocupação das margens do lago, essa unidade constitui-se em um dos maiores refúgios naturais para a fauna silvestre lacustre e migratória, integrando a Zona de Vida Silvestre da APA do Lago Paranoá. Foi criada visando a conservação das encostas íngremes situadas próximo à barragem do Lago Paranoá e proteção dos processos erosivos, evitando o assoreamento do lago e a necessidade de áreas verdes entre o lago e a área urbana, para uma melhor qualidade de vida.

 

ARIE do Torto – A ARIE tem como principal objetivo a recuperação e conservação do Ribeirão do Torto, sua Área de Preservação Permanente e nascentes, bem como as encostas da Chapada da Contagem. Entre os demais objetivos desta unidade destaca-se a utilização de seus componentes naturais na educação ambiental, buscando proporcionar condições para o exercício de atividades culturais, educativas e de lazer, além de garantir a diversidade biológica das espécies, preservando o patrimônio genético de forma a não se permitir a erradicação de espécies.

 

ARIE da Granja do Ipê – Criada em 1998, localizada entre o Setor de Mansões do ParkWay e o CAUB do Riacho Fundo, a ARIE Granja do ipê é composta por diversas fitofisionomias do Bioma Cerrado, onde ainda podem ser encontradas espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção. A rica biodiversidade de flora destaca-se pelos enormes jatobás e uma exuberante mata de galeria, que abriga exemplares de fauna cada vez mais raros, como tatu-bola, primatas e diversas espécies de aves. O local abriga as nascentes e cursos dos Córregos Capão Preto e Coqueiros e também preserva sítios arqueológicos pré-coloniais de alta relevância histórica.

 

ARIE do Paranoá Sul – É uma área naturalmente protegida, pois possui encostas muito íngremes em uma faixa de terra relativamente estreita para assentamentos urbanos. Ao preservar estas encostas contra erosão e assoreamento, a ARIE do Paranoá Sul salvaguarda a qualidade da água do lago. Assim como as demais unidades ligadas ao Lago Paranoá, integra a Zona de Vida Silvestre da APA do Lago Paranoá, cumprindo funções essenciais na preservação da fauna lacustre.

 

ARIE Cruls – A ARIE está localizada na zona tampão da Reserva da Biosfera do Cerrado compondo o corredor ecológico de ligação do Parque Nacional com o Ribeirão Bananal e o Lago Paranoá. Outra importante função desta unidade é a conservação de uma área de infiltração das águas pluviais, a montante do Setor Noroeste, por meio da preservação da vegetação nativa, o que evitará a sobrecarga das redes de drenagem do novo setor por influência das águas que poderiam ser escoadas dos 55 hectares destinados à unidade de conservação. Atualmente possui um território destinado ao Santuário Sagrado dos Pajés por acordo firmado com a Comunidade Indígena.

 

ARIE do Bosque Localizada em uma das áreas mais nobres do DF, esta ARIE foi criada com o objetivo de recuperar a vegetação às margens do Lago Paranóa, pois integra a Zona de Vida Silvestre da APA do Lago Paranoá. Apesar das pequenas dimensões, assim como as outras unidades localizadas nas margens do lago, tem a função essencial de criar nichos para a reprodução da fauna nativa e proteger ninhais de aves aquáticas e migratórias. A proximidade com o Lago Paranoá dá ainda à unidade uma vocação turística e recreativa, que pode ser compatível com os objetivos de conservação, desde que corretamente manejada.

 

ARIE Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo – Localizada nas proximidades do Jardim Zoológico, a área do Santuário, que abrange o curso inferior e o estuário do Córrego Riacho Fundo, apresenta uma grande variedade de ambientes e uma fauna diversificada, constituída por espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção. Há registro de duas espécies endêmicas do Distrito Federal: rato-candango (Juscelinomys candango) e pirá-brasília (Simpsonichthys boitonei), além de muitas orquídeas terrestres. A ARIE constitui também refúgio para os pássaros que migram de norte a sul, que ali encontram abrigo e alimento para o restabelecimento de energias necessárias às suas jornadas.

 

ARIE Córrego Mato Grande – Criada com o objetivo de proteger e recuperar a área de risco das Áreas de Preservação Permamente (APP) do Córrego Mato Grande e do Ribeirão Santo Antônio da Papuda. Além de garantir a diversidade biológica desta área, de forma a não permitir a erradicação de espécies e preservar seu patrimônio genético, e proporcionar à população condições de exercer atividades culturais educativas e de lazer em um ambiente natural equilibrado, além de desenvolver programas de pesquisa visando o desenvolvimento sustentável. Para isso, a ARIE regula o uso admissível nesta área de modo a compatibilizá-lo com a conservação da natureza, buscando recuperar as APPs. Existem diversas chácaras, olarias, poços artesianos e ocupações irregulares no interior da poligonal da ARIE, o que vem causando sérios impactos ambientais na UC.

 

ARIE Cachoeira do Pipiripau – Criada anteriormente como Parque, a unidade foi recategorizada como ARIE, em dezembro de 2019, a fim de proporcionar a preservação do leito do ribeirão Pipiripau no local conhecido por cachoeira do Pipiripau, a preservação e a recuperação da mata ciliar e da fauna associada, o desenvolvimento das pesquisas sobre o ecossistema local e das atividades de educação ambiental e o oferecimento de condições para que a população possa usufruir do local em consonância com a preservação ambiental.

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