Texto: Patrícia Kavamoto| Edição: Mariana Parreira
No último dia 3, a auditora fiscal de atividades urbanas Celia Maria Machado Ambrozio lançou em Pirenópolis (GO), o livro “Conservação do Cerrado: Entre Cultura e História no Caminho de Cora Coralina”. A obra é resultado da dissertação de mestrado de Celia, realizado entre 2021 e 2022 na Universidade de Brasília (UnB), no curso de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural.
Durante o primeiro ano do mestrado, a servidora precisou se licenciar de suas atividades laborais no Instituto Brasília Ambiental para se dedicar exclusivamente ao mestrado. Nesse período, ela realizou um estudo aprofundado sobre a conservação ambiental e a interação com aspectos culturais e históricos no Caminho de Cora Coralina.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, ressaltou a relevância do trabalho da servidora para a conscientização ambiental e cultural da região. “A integração entre meio ambiente, cultura e história é fundamental para o desenvolvimento sustentável do nosso país”, comentou.
“Publicações como essa são fundamentais para ampliar o entendimento da sociedade sobre a importância da preservação do Cerrado. O trabalho da Celia alia conhecimento técnico e sensibilidade cultural, e isso contribui de forma concreta para fortalecer a educação ambiental e a valorização das nossas riquezas naturais”, afirmou o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer.
O Caminho de Cora Coralina e sua Importância
Trata-se de uma rota turística e ecológica que liga a cidade de Cocalzinho de Goiás à histórica Cidade de Goiás, local onde viveu a renomada poetisa Cora Coralina. A trilha passa por importantes regiões de preservação ambiental, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra dos Pireneus, o Parque Estadual dos Pireneus e o Parque Estadual de Jaraguá.
Segundo Celia Ambrozio, a escolha do Caminho de Cora Coralina para a pesquisa se deu pela sua relevância ambiental e cultural. “A região é reconhecida pela criação da primeira Reserva Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Brasil, denominada Vagafogo. Rica em biodiversidade, cultura e história, a região apresenta grande potencial para a formação de corredores ecológicos e para a conscientização sobre a conservação do Cerrado”, comenta.
Metodologia da Pesquisa
Durante sua investigação, Celia selecionou dez propriedades rurais para um estudo mais detalhado, dentre elas algumas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), bem como fazendas tradicionais que preservam a conscientização ambiental, a cultura e a gastronomia goiana. A auditora percorreu trilhas, realizou entrevistas com proprietários e analisou mapas de uso do solo, utilizando dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do MAP-Biomas.
O estudo identificou desafios e oportunidades para a conservação do bioma, destacando a importância da educação ambiental, da adesão ao CAR e da formação de corredores ecológicos. Outro ponto relevante foi a necessidade de maior participação do Estado e dos proprietários rurais na governança ambiental, além do fortalecimento de redes de conservação e gestão territorial.
Conclusões e Impactos Esperados
O livro traz uma reflexão sobre o papel dos atores envolvidos na conservação do Cerrado como, por exemplo, o governo, as redes de organização social, diversos segmentos das sociedades, proprietários rurais, empreendedores de turismo e voluntários, além de enfatizar a importância da interação entre meio ambiente, cultura e história. Segundo Celia, a publicação busca disseminar conhecimento e incentivar a participação de diferentes setores na proteção do bioma. “A pesquisa demonstra a melhoria contínua nesse processo de governança ambiental para promover a participação mais efetiva da sociedade, integração, apoio mútuo, nessa representação do setor rural e a sensibilização sobre a importância da conservação e da recuperação do bioma”, complementa.
Além do lançamento em Pirenópolis, Celia pretende realizar um evento também em Brasília, ampliando o alcance do debate e levando os resultados da pesquisa a um público ainda maior.
Para quem deseja conhecer mais sobre a pesquisa e o livro, a autora reforça a importância da divulgação e do compartilhamento de informações sobre a conservação do Cerrado, um dos biomas mais ameaçados do Brasil.
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