Governo do Distrito Federal
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1/02/24 às 9h50 - Atualizado em 1/02/24 às 10h07

Características Gerais das Capivaras

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Nome CientíficoHydrochoerus hydrochaeris

Comprimento: 1,35 m

Altura: 60 cm

Peso: 20-80 kg (podendo chegar a mais de 100 kg)

Dieta: São animais herbívoros, se alimentam de capim, grama, ervas e vegetação aquática

Hábito: Semiaquáticos, Diurnos e noturnos. Vivem em grupos.

Comunicação: Pode acontecer através da emissão de gritos roucos.

Reprodução: O período de gestação é de 5 meses e nascem, em média, 5 filhotes.

Maturidade sexual: O macho atinge a maturidade entre 15 e 24 meses de idade, enquanto que as fêmeas alcançam essa maturidade com idade entre 10 e 12 meses.

Predadores: Onças-pintadas, onças-pardas, jaguatiricas,  cachorros-do-mato, sucuris, jiboias e jacarés.

Distribuição: Ocorrem em praticamente toda a América do Sul com exceção da Cordilheira dos Andes.

 

Figura 1 - Peso e comprimento aproximado de um adulto, um jovem e um filhote de capivara. Fonte: IBAMA.

Figura 1 – Peso e comprimento aproximado de um adulto, um jovem e um filhote de capivara. Fonte: IBAMA.

 

Habitat das capivaras

O habitat natural das capivaras são os manguezais, savanas, lagos, rios e pântanos, ou seja, corpos de água permanentes, áreas alagáveis e próximos às represas. A água serve como esconderijo e proteção contra os predadores naturais, além de ser utilizada para a reprodução, alimentação e manutenção de sua temperatura corporal. Esses animais possuem pequenas membranas entre os dedos para dar mais eficiência ao nado.

 

A conectividade de ambientes aquáticos inseridos em matriz urbana ou rural permite a ocupação de áreas onde antes não existiam esses animais, modificando o padrão de distribuição e a dinâmica da população. Nesse contexto, o desmatamento representado pela substituição das matas ciliares para a implantação de áreas desprovidas de extrato arbóreo, constituídas por gramados, pastagens e culturas agrícolas próximos aos corpos d’água, proporciona a formação de ambientes propício à ocorrência e ao aumento da população de capivaras.

 

Fonte: tricurioso.com

 

Dispersão

A dispersão das capivaras é facilitada pela existência da rede hídrica, que conecta os habitats ainda disponíveis, dependendo de diversos fatores ambientais como a distribuição de recursos alimentares e locais de refúgio. Assim, espera-se que modificações do uso do solo alterem a forma como os animais utilizam o ambiente.

 

Devido a sua capacidade de ocupar ambientes próximos às pessoas, a capivara pode se envolver em conflitos com as atividades humanas, por exemplo, grupos sociais numerosos da espécie podem se alimentar de plantações, causando prejuízos a produtores rurais. Além de prejuízos econômicos, as capivaras, assim como outros vertebrados, podem ser reservatórios para agentes etiológicos com potencial zoonótico, ou seja, podem participar do ciclo de vida de patógenos que atingem a saúde humana.

 

As capivaras atuam como hospedeiras primárias de carrapatos das espécies Amblyomma sculptum e Amblyomma dubitatum e geralmente apresentam coinfestação pelas duas espécies. Ambas também podem eventualmente parasitar humanos e outras espécies de animais, como primatas, marsupiais, equinos, outros roedores como ratazanas e até aves nativas, o que contribui para a circulação de possíveis rickettsioses (doenças infecciosas causadas por bactérias) em diferentes populações de espécies, incluindo os seres humanos.

 

Fonte: Gerência de Fauna Silvestre – Instituto Brasília Ambiental

 

Dieta e forrageamento

A capivara é um animal herbívoro que se alimenta de vegetação aquática e rasteira. Cascas e frutas também podem ser consumidas. Elas também são coprófagas e passam parte da manhã reingerindo os alimentos do dia anterior.

 

O maior tempo de forrageamento (busca por alimentos) do grupo de capivaras ocorre durante a noite. Na estação seca, a capivara torna-se menos seletiva e acaba optando por gramíneas menos nutritivas.

 

Curiosidades sobre a capivara​

  • Ocorrem naturalmente em todo o bioma Cerrado;

  • São animais calmos e mansos;

  • São mamíferos herbívoros que se destacam por levarem o título de maior roedor do mundo;

  • São territorialistas, ou seja, são animais que defendem áreas que apresentam condições para a sua sobrevivência, como alimentos e local de acasalamento;

  • As capivaras apresentam relações benéficas com as aves. A interação, chamada mutualismo, é positiva para ambas as espécies, pois as capivaras são protegidas dos carrapatos, enquanto que as aves se alimentam desses ectoparasitas;

  • As patas traseiras das capivaras são maiores que as dianteiras e os seus dentes incisivos de um indivíduo adulto pode ter de 5 a 6 cm;

  • Algumas capivaras podem atingir até 100 kg;

  • O nome popular da capivara possui origem tupi-guarani e significa “comedor de capim”;

  • Atualmente, as capivaras estão na categoria “pouco preocupante” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Isso significa que, atualmente, a espécie não apresenta grande risco de entrar em extinção. No entanto, algumas populações locais estão em declínio devido à caça ilegal.

 

 

Fonte: Equipe PNLP

 

Diferenças entre Macho e Fêmea

Para diferenciar o sexo das capivaras, o observador, mantendo uma distância segura, deve verificar a porção superior da cabeça, mais precisamente entre o focinho e os olhos, onde se encontra uma proeminência glandular de coloração escura e totalmente desprovida de pelos. Ambos os sexos possuem esta glândula, porém a do macho é maior.

 

Esta glândula produz um líquido de cheiro característico que estimula as fêmeas sexualmente, além de servir para demarcar territórios. As fêmeas desta espécie são ligeiramente maiores que os machos.

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Capivara. Fonte: Projeto “Identificação e monitoramento da população de capivaras da orla do lago Paranoá”

 

Reprodução

As famílias costumam ser formadas por um macho dominante rodeado de várias fêmeas e seus filhotes. Esses machos, em grupos sociais, tentam monopolizar a atividade de acasalamento, mas isto pode ser quase impossível, especialmente em grupos maiores. Existem poucas pesquisas realizadas a respeito da escolha do parceiro entre as capivaras, mas foram observadas fêmeas acasalando com machos dominantes e subordinados.

 

As capivaras se reproduzem durante todo o ano, com pico de atividade reprodutiva no início da estação chuvosa. A cópula ocorre dentro da água e normalmente dura apenas alguns segundos, mas a fêmea geralmente copula várias vezes por período de estro (cio).

 

Os filhotes nascem após 150 dias, em ninhadas que variam em tamanho de dois a oito, e são precoces, começando a ficar em pé e a andar logo após o nascimento, podendo pastar uma semana após seu nascimento. Eles são desmamados por volta dos três meses, nesse período amamentam tanto da própria mãe quanto das demais fêmeas do grupo, que geralmente são parentes próximos.

 

   Fonte:  capybara (pinterest.com)

 

Predação de Capivaras

Especialmente quando jovens, as capivaras são uma importante fonte de alimento para muitos predadores, incluindo sucuris, jacarés, onças e seres humanos, esse último  por meio da caça ilegal.

 

Enquanto pastam, elas estão constantemente à procura de predadores e emitem um latido de alarme quando um deles é avistado. Muitas vezes eles se escondem na água, deixando apenas as narinas e os olhos expostos, e podem ficar completamente submersos por até cinco minutos.

 

Fonte: Jaguarchasingcapybar. Fonte: Bonitonoticias.com.br

 

Importância das capivaras

Assim como todos os indivíduos pertencentes à fauna e da flora nativa, as capivaras possuem sua importância para os ecossistemas aos quais fazem parte. Esses indivíduos por serem herbívoros, colaboram no controle da abundância da vegetação nas áreas escolhidas para pastarem, assim como a vegetação aquática, colaborando para o equilíbrio desses nichos ecológicos.

 

Ademais, as capivaras podem servir como importantes indicadoras caso algum possível distúrbio zoonótico ocorra em determinado local. Dessa forma, seria uma das primeiras espécies a darem o alerta que algo incomum está acontecendo, resguardando as populações humanas da exposição a doenças. Exemplo semelhante pode ser atribuído aos macacos-prego (Sapajus apella) durante surtos de febre amarela.

 

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, A. M. R.; ARZUA, M.; TRINDADE, P. W. S.; JUNIOR, A. S. Capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris, Linnaeus, 1766) (Mammalia: Rodentia) em áreas verdes do município de Curitiba (PR). Estudos de Biologia, v.35, p. 9-16, jan/jun, 2013.

KRISHNA Emilly, Capivara – Características, habitat, reprodução e curiosidades, 2019. Segredos do Mundo. Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/capivara-curiosidades/

SAHD, Luiza. Qual a diferença entre paca, ariranha, capivara e cutia. Super Interessante, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-paca-ariranha-capivara-e-cutia/. Acesso em: 31/03/2021

FRENS, K. Hydrochoerus hydrochaeris (capybara). Disponível em: <https://animaldiversity.org/accounts/Hydrochoerus_hydrochaeris/#6cb52158a8c11ac7685cf51dc649768e>. Acesso em: 3 out. 2023.

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