1) Serpentes
As serpentes são animais mais ativos nos meses mais quentes do ano, pois são ectotérmicas e controlam a própria temperatura adotando posturas para dissipar ou receber o calor externo, através do sol. O Cerrado é abrigo de cerca de 117 espécies de serpentes, com poucas dessas nocivas ao ser humano. As mais comuns são a jararaca-da-mata (Bothrops jararaca), a cascavel (Crotalus durissus) e a surucucu (Lachesis muta). A coral verdadeira (Micrurus lemniscatus) é uma serpente mais rara com improvável ocorrência em áreas urbanas. Uma espécie não venenosa e comumente encontrada em ambientes urbanos é a jibóia (Boa constrictor).
O que fazer caso encontre uma serpente em minha residência
Caso se depare com alguma espécie de serpente em sua residência, como jiboias, cascavéis e jararacas, é importante entrar em contato com Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), que pode ser acionado através do número 190. É possível também o contato pessoalmente na sede do Batalhão (Praça do Bosque nº 10 Área Especial, Candangolândia – DF), em batalhões da Polícia Militar, viaturas ou equipe policial militar mais próxima.
Características Gerais
Predadores – mamíferos como o quati, o gambá e o mão pelada, além de aves como garças, o gavião carcará e falcões.
Ciclo de vida – 9 anos
Importância – possuem um papel fundamental no controle de roedores e seu veneno tem grande potencial medicinal.
Bothrops jararaca – Jararaca-do-mata Fonte: Bothrops jararaca | The Reptile Database (reptarium.cz) |
Crotalus durissus – Cascavel Fonte: Répteis (unb.br)
|
Lachesis muta – Surucucu Fonte: Lachesis muta|The Reptile Database
|
Boa constrictor – Jiboia |
Coral-verdadeira (Micrurus lemniscatus) Fonte: Coral-verdadeira e falsa-coral são extremamente parecidas e confundem predadores|Terra da Gente|G1 |
Falsa-coral (Erythrolamprus aesculapii) Fonte: Coral-verdadeira e falsa-coral são extremamente parecidas e confundem predadores|Terra da Gente|G1 |
Em caso de acidentes
• Procure imediatamente o serviço de saúde, de preferência na Rede SUS, pois somente nela é possível encontrar o soro antiofídico;
• Jamais use torniquete ou garrote, isso produz necrose e não impede a ação do veneno;
• Não corte, fure, ou sugue o ferimento com a boca, nem coloque substâncias na região, pois podem acabar causando uma infecção do local;
• Também não dê ao acidentado substâncias que deprimem o sistema nervoso central, como calmantes e bebidas alcoólicas;
• Mantenha o acidentado em repouso, visto que quanto maior a movimentação, mais o veneno poderá se espalhar pelo corpo e chegar em órgãos vitais;
• Remova anéis, pulseiras ou outros objetos constritores, anote a hora do acidente e lave cuidadosamente o local com água e sabão;
• Se possível, fotografe a serpente para auxiliar no tratamento, sem tentar capturá-la ou matá-la, para sua segurança. Caso não haja registro do espécime, descreva-o durante o atendimento, pois há diferentes tipos de soro antiofídico para as diferentes espécies; e
• Mesmo que não se trate de uma espécie peçonhenta, é importante procurar o serviço de saúde, visto que na microbiota presente na boca desses animais está incluída a bactéria causadora do tétano. Caso encontre um espécime, ligue para o BPMA através do 190.
Medidas preventivas
• Para prevenir-se de acidentes, é recomendado manter a residência limpa de entulho e lixo, controlar populações de roedores, além de conferir sapatos antes de calçar e, em acampamentos, limpar o local onde irá montar a sua barraca, tirando gravetos, folhas mortas e cascas de árvores;
• Em áreas possíveis de ocorrência desses répteis, é indicado o uso de botas de cano longo ou perneiras, visto que cerca de 75% de todas as picadas ocorrem nos membros inferiores;
• Também é indicado o uso de luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem;
• Nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras;
• Quando entrar em matas e áreas de arborização densa, espere a vista se adaptar aos lugares menos iluminados; e
Por fim, preserve seus predadores naturais como emas, seriemas, aves de rapina, e gambás como o saruê.
Referências Bibliográficas
BOCHNER, R.; Struchiner, C. J. Epidemiologia dos acidentes ofídicos nos últimos 100 anos no Brasil: uma revisão. Cadernos de Saúde Pública, vol.37, nº4, pp. 7-16. 2003.
BOMBEIROS dão dicas de segurança contra ataques de cobras. Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, Governo do Estado do Ceará, 2019. Disponível em: <https://www.bombeiros.ce.gov.br/2019/07/11/bombeiros-dao-dicas-de-seguranca-contra-ataques-de-cobras/> Acesso em 4 de maio de 2021.
COBRAS peçonhentas. Instituto Vital Brazil, Governo do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.ivb.rj.gov.br/site-antigo/cobras_venenosas.html>. Acesso em 4 de maio de 2021.
COMO evitar ser picado por cobras, escorpiões ou aranhas. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/51927-saiba-como-evitar-ser-picado-por-cobras-escorpiao-ou-aranhas>. Acesso em 4 de maio de 2021.
COUTO, L. F.; Terribile, L. C.; Filho, J. A. F. D. Padrões espaciais e conservação da diversidade de serpentes do bioma cerrado. Acta Scientiarum, Biological Sciences, vol. 29, nº1, pp. 65-73. 2007.
DEIXE a área limpa e livre de cobras e escorpiões. Secretaria de Estado de Saúde, Governo do Estado de Goiás, 2016. Disponível em: <https://www.saude.go.gov.br/noticias/4321-deixe-a-area-limpa-e-livre-de-cobras-e-escorpioes>. Acesso em 4 de maio de 2021.
HOSPITAL Vital Brazil. Instituto Butantan. Disponível em: <https://butantan.gov.br/atendimento-medico/hospital-vital-brazil>. Acesso em 4 de maio de 2021.
LOEBMANN, D.; Mai, A. C. G.; Legat, A. P.; Lima, Y. Animais peçonhentos: serpentes. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2004.
NAVEGA-GONÇALVES, M. E. C.; Porto, T. Conservação de serpentes nos biomas brasileiros. Revista Bioikos, Campinas, vol. 30, nº1, pp. 55-76. 2016.
SANDRIN, M. F. N.; Puorto, G.; Nardi, R. Serpentes e acidentes ofídicos: um estudo sobre erros conceituais em livros didáticos. Revista Investigações em Ensino de Ciências, vol. 10, nº 3, pp. 281-298. 2005.
SILVEIRA, P. V. P.; Nishioka, S. A. Non-venomous snake bite and snake bite without envenoming in a brazilian teaching hospital: analysis of 91 cases. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, vol. 34, nº6, pp. 499-503. 1992.
SEPN 511 - Bloco C - Edifício Bittar - CEP: 70.750-543