A unidade de Fauna realizou uma pesquisa para  investigar os motivos das faltas dos tutores das campanhas de castração de cães e gatos do Brasília Ambiental. O intuito foi averiguar e adotar medidas de gestão para tentar reduzir o número de faltas que no ano de 2021 registrou 21%. No referido ano foram castrados 10.331 animais e o programa registrou 2.689 animais faltosos para as quatro clínicas contratadas para o programa.  Nesse panorama, foi disponibilizado um link no site do Brasília Ambiental (https://www.ibram.df.gov.br/pesquisa-sobre-o-motivo-das-faltas-no-programa-de-castracao/), o qual foi enviado por whatsapp para os tutores que estavam assinalados como falta na agenda de 2021 das clínicas.  

Ao final da pesquisa 306 tutores participaram, porém 45 pessoas foram removidas para análise final porque não se tratava de falta. Alguns tutores responderam que castraram e outros que compareceram ao local mas não puderam castrar o animal por diferentes razões (problemas de saúde do animal por exemplo), desse modo não se tratava de um caso de falta típico. Ao final, foram contabilizados 261 faltosos que responderam as perguntas, o que correspondeu com um universo amostral de 9.7%. Destaca-se, que o link da pesquisa assinalado no parágrafo anterior foi enviado para todos os 2.689 tutores faltosos. No formulário de perguntas constavam as seguintes opções de justificativa de falta:

1) Não fiquei sabendo do resultado;

2) Fiz o cadastro para outra pessoa e ela não pode comparecer;

3) Meu animal estava doente na data da cirurgia;

4) Fiquei doente e não pude comparecer;

5) Não tinha dinheiro para levar o animal;

6) Não tinha dinheiro para pagar os custos pré e pós cirúrgicos. Exemplo: anestesias inalatórias, exames, remédios etc.;

7) O animal fugiu ou não se encontra mais comigo;

8) Demorou muito o dia da castração e não tinha mais interesse;

9) Me esqueci do dia da cirurgia;

10) Não fui liberado do trabalho para poder levar meu animal no dia da castração; e

11) Outro motivo.

Os dados brutos da pesquisa podem ser observados no documento SEI 82019876

No campo  “Outro motivo” o tutor poderia descrever as razões pela qual faltou a cirurgia. Na primeira análise notou-se que 36% responderam nessa opção com textos como:  animal gestante, animal morreu, minha gata ficou prenha. Em função das respostas poderem ser encaixadas em alguma das opções listadas previamente, as explicações dadas no item foram analisadas e redistribuídas nas opções existentes. Além disso, foi observado o preenchimento de mais de uma opção pelo tutor na resposta, de forma que somente a primeira opção escolhida foi mantida para análise final. Face ao exposto, o gráfico um apresenta o resultado original da pesquisa e o gráfico dois representa os resultados após análise e redistribuição dos relatos da opção “Outro motivo” em alguma das categorias previamente definidas.  O gráfico dois ilustra que o motivo da maior quantidade das faltas foi “Animal doente, no cio ou prenha”, seguido de “tutor ficou doente e não pode comparecer”.

Gráfico 1. Resultado original da pesquisa de faltosos

Gráfico 2. Resultado final da pesquisa de faltosos.

De acordo com os resultados nota-se que 10% estavam relacionados a algum problema financeiro do tutor, 6.9% relatou que o animal fugiu ou não se encontrava com a posse do tutor, 2.3% afirmou que demorou muito o dia da castração e não tinha mais interesse, 2.3% disse que não ficou sabendo do resultados e 2.7% informou que esqueceu do dia da cirurgia. As demais respostas se enquadram em uma situação de força maior ou caso fortuito que impediram o tutor de levar o animal até o local como: doença do animal, doença do tutor, liberação do trabalho entre outros.

Com relação a 2.7% de respostas que afirmaram não ter ficado sabendo do resultado é importante esclarecer que no ato do cadastro para uma vaga é informado que o tutor deve olhar no site do Instituto a publicação do resultado final. Ainda assim, a equipe da Ufau envia e-mail a todos os contemplados com o resultado. No que concerne a 2.7% de respostas que informaram que esqueceram o resultado, destaca-se que as clínicas tem realizado um trabalho de avisar aos tutores sobre o dia da cirurgia, como forma de evitar esquecimentos e o elevado número de faltas. Obviamente que ambos os sistema de correção e controle  falham quando os dados de telefone e e-mail não são preenchidos corretamente na campanha de cadastro.

Diante da quantidade de respostas (50%) que se enquadra em uma situação de caso fortuito ou força maior (doença do animal, tutor doente ou não liberação do trabalho) e que poderia reduzir o número de faltas atual, optou-se por permitir o reagendamento dos tutores até 30 dias a data inicialmente marcada. Animais que estejam em tratamento terão um prazo de 60 dias para poder castrar no programa. Findo esses prazos a vaga do tutor será cancelada no programa e ele deverá participar de uma nova abertura de vagas.

Os prazos acima supracitados foram definidos para não comprometer a agenda das clínicas, organização financeira e cronograma de campanhas do Brasília Ambiental. Entende-se que prazos muito elevados podem inviabilizar a organização do evento e sobrecarregar as clínicas. O reagendamento poderá ser utilizado mas ficará a cargo da clínica ofertar as vagas, mediante a disponibilidade e capacidade operacional. Desse modo, caso ela não possua disponibilidade em virtude do seu próprio planejamento, ou por estar atendendo ao programa de castração de ONGs e protetores individuais, poderá o tutor perder sua vaga mesmo caso seja respeitado os 30 dias para marcação. Por fim, outro ponto a ser destacado é que somente com dados concretos pode-se visualizar uma saída para reduzir o número de falta e aumentar a efetividade do programa. A pesquisa foi salutar e necessária para permitir uma melhor gestão do programa e justificar quaisquer ações.