1) Maritacas
Maritaca é um termo popular para se referir as diversas espécies de aves da família dos psitacídeos, como os periquitos e papagaios. Dependendo da região, as maritacas são assim denominadas para as aves de médio porte, menores que os papagaios.
Como se trata de animais da fauna silvestre, o órgão responsável pela remoção das aves é o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), que pode ser acionado através do número 190. É possível também o contato pessoalmente na sede do Batalhão (Praça do Bosque nº 10 Área Especial, Candangolândia – DF), em batalhões da Polícia Militar, viaturas ou equipe policial militar mais próxima. Caso sejam encontrados ninhos, será necessária autorização do Ibram para manejo, conforme especificado no item perguntas frequentes.
Forpus xanthopterygius – Tuim/periquitinho
Fonte: https://www.clubedocriador.com/passaros/14/forpus
Doenças transmitidas
A Psitacose é uma zoonose transmitida aos humanos pelos psitacídeos, ou seja, calopsitas, papagaios, maritacas e periquitos. Nos animais a doença se manifesta como Clamidiose e pode ser fatal. Nos humanos a enfermidade traz sintomas que nem sempre são associados com as aves. Os sintomas mais comuns são febre, calafrios, dor de cabeça, cansaço e tosse seca. Muitas das pessoas infectadas desenvolvem uma pneumonia. As pessoas mais velhas tendem a desenvolver uma forma mais séria da doença, em especial se não forem tratadas.
Medidas preventivas para evitar a ninhos na minha residência
Caso sejam encontrados ninhos na residência do cidadão, sugere-se esperar que os filhotes abandonem o ninho. Posteriormente podem ser adotadas medidas para impedir acesso da ave ao local e nova nidificação.
Após o abandono dos ninhos pelas aves, para evitar que estas retornem, a solução mais indicada é a vedação dos vãos no telhado com tela metálica do tipo viveiro. Faça bolas com a tela e molde-as nos vãos entre as telhas e o madeiramento. Pode ser necessário fixá-las com alguns pregos no sarrafo ou nas vigas, bem como preencher os espaços vagos que restarem, visto que caso não esteja bem firme, as maritacas poderão puxá-las com o bico.
Outras alternativas para bloquear essas passagens é a utilização de massa de cimento ou espuma expandida. Porém, essas medidas de manejo não foram tão bem avaliadas quanto a primeira, com duração de efetividade variando de um ano a um ano e meio.
2) Corujas e quero-queros
É importante esclarecer que o quero-quero não é uma ave perigosa, seus rasantes acontecem em indivíduos que se aproximam por volta de 10m da área de nidificação, mas não são acompanhados de confronto físico.
As duas espécies de coruja mais frequentes em estruturas e ambientes antrópicos são a coruja-buraqueira (Athene cunicularia) e a suindara (Tyto alba), e não apresentam risco. Destaca-se que a coruja-buraqueira pode voar em direção a indivíduos que considere uma ameaça a seus ninhos, porém desvia no último momento, sem realizar confronto físico, assim como o quero-quero (Vanellus chilensis).
Além disso, as corujas são controladores eficientes de roedores, sendo uma presença benéfica à população. Ambas as aves são protegidas pela lei federal 9.605/98 e demais legislações, constituindo crime ambiental a agressão a esses indivíduos.
Medida Preventiva
• Caso estejam atacando pessoas ou animais domésticos, recomenda-se que as pessoas se retirem imediatamente da área.
Vanellus chilensis – quero-quero Speotyto cunicularia – coruja-buraqueira
Fonte: http://www.zoo.df.gov.br/quero-quero/ Fonte: http://cerrado.museuvirtual.unb.br/index.php/aves
3) Urubus
Os urubus são aves de grande porte encontradas, exclusivamente, no continente americano. No Brasil, é possível encontrar cinco espécies desses animais: urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), urubu-de-cabeça-amarela (Cathartes burrovianus), urubu-rei (Sarcoramphus papa) e urubu-da-mata (Cathartes melambrotus). Esses animais se destacam por apresentarem olfato e visão bem-desenvolvidos, características que favorecem a busca de alimentos. Em áreas urbanas a ocorrência é do urubu-cabeça-preta.
Coragyps atratus – urubu-de-cabeça-preta
Fonte: https://www.wikiaves.com.br/wiki/urubu-de-cabeca-preta
É importante citar que a espécie Coragyps atratus é uma ave silvestre, protegida por lei, e sua eliminação não é permitida. Durante a reprodução, desde a eclosão dos ovos até e a independência dos filhotes, pode levar até três meses para que o local do ninho seja desocupado. O urubu além de ser inofensivo possui importante papel na cadeia alimentar, pois elimina ratos e cobras.
Medidas preventivas para evitar a instalação de ninhos de urubus:
• Fixar telas de proteção nas floreiras e sacadas;
• Evitar a exposição de pedras e cascas de árvores das floreiras, pois elas são muito atrativas às aves;
• Colocar artefatos que tenham brilho e movimento, como móbiles e enfeites de natal com fitas metálicas, para espantar os animais; e
• Uma vez instalado o ninho, é preciso aguardar até que as aves concluam o ciclo reprodutivo e abandonem o local.
FAUNA EXÓTICA
4) Pombos domésticos
São aves de origem europeia, encontradas no mundo todo, com exceção das regiões polares. Alimentam-se preferencialmente de grãos e sementes, mas podem reaproveitar restos de alimentos ou até mesmo lixo.
A alimentação ativa (fornecida por pessoas) em locais como praças, parques e residências, acarreta considerável aumento dessa população. Essas aves abrigam-se e constroem seus ninhos em locais altos como prédios, torres de igreja, forros de casas e beirais de janelas. Formam casais para a vida toda e possuem grande capacidade de voo.
Columba livia – Pombo doméstico
Fonte: https://super.abril.com.br/ciencia/pombos-de-paris-estao-perdendo-seus-dedos-por-causa-de-cabelos-humanos/
Predadores – Falcões-peregrinos e gaviões.
Ciclo de vida – Nos centros urbanos podem viver aproximadamente de 3 a 5 anos, e em condições de vida silvestre 15 anos.
Doenças transmitidas – Algumas doenças como criptococose, histoplasmose e ornitose são transmitidas através da inalação de poeira contendo fezes secas de pombos contaminadas por fungos (histoplasmose e criptococose) ou ricketsia (na ornitose). Elas comprometem o aparelho respiratório e podem também afetar o sistema nervoso central no caso da criptococose. A salmonelose pode ser transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos contendo o agente infeccioso Salmonela sp (bactéria), que compromete no aparelho digestivo. Ácaros de pombos provenientes de aves e ninhos podem causar dermatites em contato com a pele do homem.
Medidas Preventivas
• Umedecer as fezes antes de removê-las e utilizar máscara para fazer a limpeza do local;
• Proteger os alimentos de possível acesso das aves;
• Algumas medidas como telas nas aberturas, remoção de ninhos, mudança no ângulo de inclinação da superfície de pouso para 60º, fios de nylon em beirais servindo como barreira bem esticados e presos nas pontas por pregos;
• Não permitir o reaproveitamento por pombos das sobras de ração de animais domésticos; e
• À população também deve ser esclarecida que o hábito de fornecer alimentos para pombos acarreta desequilíbrio populacional com proliferação excessiva dessas aves, desencadeando problemas para o meio ambiente e afetando a qualidade de vida das pessoas.
A pessoa pode também agendar uma visita técnica para avaliação e recomendações (e não retirada) dos pombos em sua residência. Para isso, deve-se entrar em contato com a Diretoria de Vigilância Ambiental e Saúde por meio do telefone 61 99269-3673 ou pelo e-mail zoonosesdf@gmail.com. O horário de atendimento é de segunda a sexta das 8h às 17h.
Referências Bibliográficas
Corujas e quero-queros
CORUJA-buraqueira. Wikiaves. Disponível em: <https://www.wikiaves.com.br/wiki/coruja-buraqueira> Acesso em 4 de maio de 2021.
CORUJAS atacam pedestres para defender as crias em praia de Macaé. Região dos Lagos, G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/2015/01/corujas-atacam-pedestres-para-defender-crias-em-praia-de-macae.html> Acesso em 4 de maio de 2021.
COSTA, L. C. M. O comportamento interespecífico de defesa do quero-quero, Vanellus chilensis (Molina, 1782) (Charadriiformes, Charadriidae). Revista de Etologia, vol. 4, nº2, pp. 95-108. 2002.
FREQUENTLY asked questions about barn owls. Avian Report. Disponível em: <https://avianreport.com/questions-about-barn-owls/#:~:text=Are%20barn%20owls%20dangerous%3F,abandoning%20their%20eggs%20and%20chicks.> Acesso em 4 de maio de 2021.
Maritacas
INFORMATIVO de saúde pública de Massachusetts Psitacose em Aves e Pessoas. Official website of the Commonwealth of Massachusetts, 2014. Disponível em: <https://www.mass.gov/files/documents/2016/07/tw/psittacosis-birds-people-pt.pdf>. Acesso em 5 de maio de 2021.
MANUAL de conservação de telhados. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 1999. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Man_ConservacaoDeTelhados_1edicao_m.pdf>. Acesso em 5 de maio de 2021.
MOSCHIONI, C.; Faria, H. P.; Reis, M. A. S.; Silva, E. U. Pneumonia grave por “Chlamydia psittaci“. Jornal de Pneumologia, São Paulo, vol.27, nº4, pp. 219-222. 2001.
WIKIAVES.https://www.wikiaves.com.br/wiki/periquitao-maracana. Acesso em: 07 de maio de 2021.
Pombos
ANIMAIS Sinantrópicos. Disponível em:https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Sinantropicos_1253903561.pdf Acesso em: 03 Mai.2021.
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